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17 de março de 2011

Imperialismo Europeu

                                     Imperialismo
É a prática através da qual, nações poderosas procuram ampliar e manter controle ou influência sobre povos ou nações mais pobres. Algumas vezes o imperialismo é associado somente com a expansão econômica dos países capitalistas; outras vezes é usado para designar a expansão européia após 1870. Embora Imperialismo signifique o mesmo que Colonialismo e os dois termos sejam usados da mesma forma, devemos fazer a distinção entre um e outro.Colonialismo normalmente implica em controle político, envolvendo anexação de território e perda da soberania. Imperialismo se refere, em geral, ao controle e influência que é exercido tanto formal como informalmente, direta ou indiretamente, política ou economicamente.

Ações imperialistas na África e na Ásia

África    Na metade do século XIX a presença colonial européia na África estava limitada aos colonos holandeses e britânicos na África do Sul e aos militares britânicos e franceses na África do Norte.A descoberta de diamantes na África do Sul e abertura do Canal de Suez, ambos em 1869, despertaram a atenção da Europa sobre a importância econômica e estratégica do continente. Os países europeus rapidamente começaram a disputar os territórios.
Em algumas áreas os europeus usaram forças militares para conquistar os territórios, em outras, os líderes africanos e os europeus entraram em entendimento à respeito do controle em conjunto sobre os territórios. Esses acordos foram decisivos para que os europeus pudessem manter tudo sob controle.Grã Bretanha, França, Portugal e Bélgica controlavam a maior parte do território africano, a Alemanha também possuía lá, muitas terras mas, as perdeu depois da I Guerra Mundial. Os estilos variavam, mas, os poderosos colonizadores fizeram poucos esforços para desenvolver suas colônias. Elas eram apenas locais de onde tiravam matérias-primas e para onde vendiam os produtos manufaturados.
Talvez o pior legado do Colonialismo tenha sido a divisão da África em mais de 50 Estados cujas fronteiras foram demarcadas sem dar a menor importância aonde as pessoas viviam e como organizavam sua própria divisão política.As fronteiras atuais, em geral, dividem uma única comunidade étnica em duas ou mais nações. Por exemplo: embora as maiorias dos Somalis vivam na Somália, eles constituem uma significativa minoria no Quênia e na Etiópia e muitos deles gostariam de ser cidadãos da Somália.
Outro legado ruim do Colonialismo foi o seu efeito na vida econômica dos povos africanos. O sistema colonial destruiu o padrão econômico que lá existia. O colonialismo também ligou a África economicamente às grandes potências e os benefícios desse sistema sempre vão para os países poderosos e nunca de volta para África.A história da exploração econômica teve um papel importante na forma como certos governos africanos independentes, se preocuparam em desenvolver suas próprias economias. Alguns países como a Costa do Marfim, criaram uma base econômica orientada para a exportação dentro das regras coloniais. Outros, como a Tânzania, procuraram redirecionar sua economia para a produção de grãos e de bens necessários para o seu povo.O terceiro mal causado pelo colonialismo foi a introdução das idéias européias de superioridade racial e cultural, dando pouco ou nenhum valor às manifestações culturais dos povos africanos. Aos poucos os africanos estão recuperando o orgulho por sua cor, raça e cultura.
Ásia   O período da conquista européia na Ásia começa por volta de 1500 e continua até a metade do século 20 . Alguns historiadores acreditam que esse período ainda não terminou.O interesse europeu pela Ásia começou com a curiosidade e se tornou o desejo de explorar as riquezas deste continente. Para isso, os europeus tiveram que conquistar e colonizar essas terras, isso aconteceu nos séculos 19 e 20. Na época da I Guerra Mundial, a maior parte da Ásia estava sob controle europeu.Três ou quatro séculos de contato e controle europeu trouxeram boas e más conseqüências para Ásia. As contribuições européias foram novas idéias e técnicas para agricultura, indústria e comércio, saúde e educação e administração política.
Poucas culturas asiáticas estavam aptas para se adaptar a essas novas regras e idéias, mas aquelas que, como o Japão, conseguiram, tiraram muito proveito após sua independência.Dentre os problemas do Colonialismo, a exploração das riquezas, que os europeus levavam para as metrópoles, a divisão da Ásia sem levar em conta suas culturas, povos e regiões físicas. Houve também os problemas políticos e sociais causados pelas minorias estrangeiras, como a cultura francesa na Indochina, que se chocava com a cultura existente nesse país.
O Imperialismo na América Latina: Além da África e da Ásia, onde houve colonização com invasão militar, houve também presença imperialista na América Latina, só que sem uso de forças militares. Eram exportações de capitais para esta região, que transformavam aquelas economias em dependentes das economias européias. As economias latino-americanas eram especializadas na produção e exportação de artigos primários e importavam produtos industrializados e capitais europeus, sob a forma de empréstimos, construção de ferrovias, telégrafos etc.

16 de março de 2011

Acidente Nuclear Chernobyl -Ucrânia

A descoberta da energia atômica em nosso século deveria ter sido uma bênção para a humanidade. E teria sido realmente, se ela tivesse se desenvolvido até aqui de maneira certa.
Como não foi esse o caso, é claro que a descoberta dessa energia foi dirigida para caminhos errados. Daí nasceu a bomba atômica e os "aperfeiçoamentos" que se seguiram, como a bomba de hidrogênio, as armas nucleares táticas, os mísseis balísticos intercontinentais de ogivas múltiplas, a bomba de nêutrons, os mísseis lançados de submarinos, o projeto guerra nas estrelas, a bomba termonuclear de cobalto (aparentemente ainda não desenvolvida), que alguns cientistas temem poder deslocar o eixo da Terra se detonada, etc.
Voltada para "fins pacíficos", como fazem questão de alardear todos os governos que detêm tecnologia nuclear, a energia atômica obtida das usinas nucleares está longe de merecer qualquer comemoração. Os problemas com os rejeitos radioativos e os acidentes nucleares registrados até agora demonstram que é totalmente falho o modo pelo qual esta energia é gerada atualmente, ou, o que vem a dar no mesmo, demonstram que o ser humano não passa de um aprendiz nesse assunto, apesar de evidentemente estar convencido de dominar integralmente todo o processo.
De acordo com dados do governo americano de fins da década de 80, encontravam-se armazenados (apenas nos Estados Unidos), em tanques especiais de aço, entre 300 e 400 milhões de litros de resíduos radioativos. O ecologista brasileiro Júlio José Chiavenato afirma que "1% desse lixo atômico é mais poderoso do que todas as emissões liberadas pelas bombas atômicas detonadas até hoje." Todo esse lixo atômico precisa ser guardado por pelo menos mil anos, e os tanques precisam ser substituídos a cada vinte anos por razões de segurança. De acordo ainda o ecologista Chiavenato, qualquer animal vivo hoje na Terra tem traços de estrôncio-90 nos ossos, um composto resultante dos processos de industrialização nuclear.
Atualmente existem mais de 400 usinas nucleares em operação no mundo, a maioria delas nos Estados Unidos, França, Inglaterra e países do Leste europeu.
Também por "razões de segurança", quando acontece um acidente nuclear dificilmente são dadas todas as informações sobre o que ocorreu. A não ser que o acidente seja de fato muito grave, como foi o da usina de Three Mile Island nos Estados Unidos em 1979 e o da usina de Chernobyl, na Rússia, em 1986. Mas mesmo nesses casos as autoridades tentaram num primeiro momento minimizar a gravidade da situação. Já no caso de acidentes nucleares em instalações militares, as informações que chegam ao público (quando chegam) são muito escassas.
De qualquer forma, o que já ocorreu na segunda metade deste século em matéria de acidentes nucleares fornece uma boa amostra dos perigos a que a humanidade ficou exposta nas últimas décadas. Como em todos os outros efeitos retroativos do Juízo Final, também os acidentes nucleares jamais poderão atingir arbitrariamente pessoas inocentes, isto é, que não tragam em si um carma para isso.
Vamos ver os principais acidentes nucleares até hoje registrados (abril de 1998):
  • Em 1957 escapa radioatividade de uma usina inglesa situada na cidade de Liverpool. Somente em 1983 o governo britânico admitiria que pelo menos 39 pessoas morreram de câncer, em decorrência da radioatividade liberada no acidente. Documentos secretos recentemente divulgados indicam que pelo menos quatro acidentes nucleares ocorreram no Reino Unido em fins da década de 50.
  • Em setembro de 1957, um vazamento de radioatividade na usina russa de Tcheliabinski contamina 270 mil pessoas.
  • Em dezembro de 1957, o superaquecimento de um tanque para resíduos nucleares causa uma explosão que libera compostos radioativos numa área de 23 mil km2. Mais de 30 pequenas comunidades, numa área de 1.200 km², foram riscadas do mapa na antiga União Soviética e 17.200 pessoas foram evacuadas. Um relatório de 1992 informava que 8.015 pessoas já haviam morrido até aquele ano em decorrência dos efeitos do acidente.
  • Em janeiro de 1961, três operadores de um reator experimental nos Estados Unidos morrem devido à alta radiação.
  • Em outubro de 1966, o mau funcionamento do sistema de refrigeração de uma usina de Detroit causa o derretimento parcial do núcleo do reator.
  • Em janeiro de 1969, o mau funcionamento do refrigerante utilizado num reator experimental na Suíça, inunda de radioatividade a caverna subterrânea em que este se encontrava. A caverna foi lacrada.
  • Em março de 1975, um incêndio atinge uma usina nuclear americana do Alabama, queimando os controles elétricos e fazendo baixar o volume de água de resfriamento do reator a níveis perigosos.
  • Em março de 1979, a usina americana de Three Mile Island, na Pensilvânia, é palco do pior acidente nuclear registrado até então, quando a perda de refrigerante fez parte do núcleo do reator derreter.
  • Em fevereiro de 1981, oito trabalhadores americanos são contaminados, quando cerca de 100 mil galões de refrigerante radioativo vazam de um prédio de armazenamento do produto.
  • Durante a Guerra das Malvinas, em maio de 1982, o destróier britânico Sheffield afundou depois de ser atingido pela aviação argentina. De acordo com um relatório da Agência Internacional de Energia Atômica, o navio estava carregado com armas nucleares, o que põe em risco as águas do Oceano Atlântico próximas à costa argentina.
  • Em janeiro de 1986, um cilindro de material nuclear queima após ter sido inadvertidamente aquecido numa usina de Oklahoma, Estados Unidos.
  • Em abril de 1986 ocorre o maior acidente nuclear da história (até agora), quando explode um dos quatro reatores da usina nuclear soviética de Chernobyl, lançando na atmosfera uma nuvem radioativa de cem milhões de curies (nível de radiação 6 milhões de vezes maior do que o que escapara da usina de Three Mile Island), cobrindo todo o centro-sul da Europa. Metade das substâncias radioativas voláteis que existiam no núcleo do reator foram lançadas na atmosfera (principalmente iodo e césio). A Ucrânia, a Bielorússia e o oeste da Rússia foram atingidas por uma precipitação radioativa de mais de 50 toneladas. As autoridades informaram na época que 31 pessoas morreram, 200 ficaram feridas e 135 mil habitantes próximos à usina tiveram de abandonar suas casas. Esses números se mostrariam depois absurdamente distantes da realidade, como se verá mais adiante.
  • Em setembro de 1987, a violação de uma cápsula de césio-137 por sucateiros da cidade de Goiânia, no Brasil, mata quatro pessoas e contamina 249. Três outras pessoas morreriam mais tarde de doenças degenerativas relacionadas à radiação.
  • Em junho de 1996 acontece um vazamento de material radioativo de uma central nuclear de Córdoba, Argentina, que contamina o sistema de água potável da usina.
  • Em dezembro de 1996, o jornal San Francisco Examiner informa que uma quantidade não especificada de plutônio havia vazado de ogivas nucleares a bordo de um submarino russo, acidentado no Oceano Atlântico em 1986. O submarino estava carregado com 32 ogivas quando afundou.
  • Em março de 1997, uma explosão numa usina de processamento de combustível nuclear na cidade de Tokai, Japão, contamina 35 empregados com radioatividade.
  • Em maio de 1997, uma explosão num depósito da Unidade de Processamento de Plutônio da Reserva Nuclear Hanford, nos Estados Unidos, libera radioatividade na atmosfera (a bomba jogada sobre a cidade de Nagasaki na Segunda Guerra mundial foi construída com o plutônio produzido em Hanford).
  • Em junho de 1997, um funcionário é afetado gravemente por um vazamento radioativo no Centro de Pesquisas de Arzamas, na Rússia, que produz armas nucleares.
  • Em julho de 1997, o reator nuclear de Angra 1, no Brasil, é desligado por defeito numa válvula. Segundo o físico Luiz Pinguelli Rosa, foi "um problema semelhante ao ocorrido na usina de Three Mile Island", nos Estados Unidos, em 1979.
  • Em outubro de 1997, o físico Luiz Pinguelli adverte que estava ocorrendo vazamento na usina de Angra 1, em razão de falhas nas varetas de combustível. Na época ele declara: "Está ocorrendo vazamento há muito tempo. O nível de radioatividade atual é progressivo e está crítico."
Vamos observar algumas outras particularidades e conseqüências relacionadas aos dois acidentes mais graves registrados até hoje, os das usinas nucleares de Three Mile Island e de Chernobyl:
Uma testemunha que morava numa cidade próxima à usina de Three Mile Island relatou dessa forma a situação logo após a confirmação do acidente: "As famílias estavam sendo reunidas desesperadamente e as ruas estavam uma loucura. Houve acidentes em frente à escola. Pais histéricos vinham apanhar as crianças no colégio, trombando uns com os outros, atravessando sinais vermelhos, numa situação de pânico geral."
Estudantes que faziam a medida do nível de radiação com contador Geiger nessa escola encontraram leituras de 250 dentro do estabelecimento e de 350 do lado de fora do prédio. A leitura normal seria de 50. Totalmente em pânico, as pessoas começaram a sentir um gosto metálico na boca e algumas também um formigamento na pele...
Nos meses que se seguiram ao acidente, alguns fazendeiros da região notaram que seus animais estavam adoecendo, morrendo ou apresentando um comportamento estranho. Um fazendeiro que havia perdido parte de seu gado devido à radiação, notou que suas porcas ficaram no cio durante todo o inverno. Ele também percebeu que as árvores morreram ou tiveram suas folhas escurecidas muito antes do outono. Um outro fazendeiro observou que algumas árvores ficaram totalmente desfolhadas, e que os frutos de duas pereiras, apesar de não terem caído, estavam deformados.
Numa fazenda vizinha, o proprietário contou que todas as suas 125 galinhas haviam morrido depois de terem apresentado grandes dificuldades para respirar. Todas as suas quatro crias de coelhos nasceram mortas no ano seguinte ao acidente.
Muitos moradores da Pensilvânia apresentaram posteriormente vários problemas psicológicos. A esse respeito, o doutor Michael Gluck, clínico geral numa cidade próxima à usina, disse: "O efeito mais devastador que vi nesta área foi uma grave depressão psicológica."
Em Chernobyl, depois do acidente, foram mobilizadas aproximadamente dois milhões de pessoas no processo de limpeza de toda a região atingida. Em abril de 1992, um comunicado oficial do governo estimava que o número de mortes naquele grupo, devido à radiação, situava-se entre 7 mil e 10 mil. Três anos depois, em abril de 1995, o Ministério da Saúde ucraniano informava que mais de 125 mil pessoas haviam morrido entre 1988 e 1994, vítimas da radiação.
Segundo o ministrou Andrei Serdiuk, "a radiação repercutiu na piora generalizada da situação demográfica e do estado de saúde da população da Ucrânia;1 aumentaram as doenças no sangue, no sistema nervoso, nos órgãos digestivos e respiratórios."
Em 1996, a estimativa de mortes em razão do acidente, elaborada em conjunto pela Ucrânia e a Bielorússia, já fora ajustada para 300 mil… O número total de pessoas contaminadas seria de cinco milhões, e a área inutilizada pela radiação era de cerca de 140 mil km², equivalente a um Portugal e meio.
Um trabalho científico publicado na revista Nature, em 1995, informava que os índices de câncer de tiróide em crianças ucranianas haviam quintuplicado de uma maneira geral, e naqueles que moravam mais próximos de Chernobyl esse índice era 30 vezes maior. Dois anos depois, a OMS informava que o índice de câncer na tiróide entre as crianças era, na verdade, cem vezes superior ao nível de antes da tragédia. De acordo com a Organização, a radioatividade desprendida no acidente foi 200 vezes superior à liberada pelas bombas de Hiroxima e Nagasaki juntas.
Em julho de 1995, durante uma reunião da Sociedade para o Estudo da Evolução, em Montreal, o cientista Robert Baker apresentou surpreendentes indícios de que o arganaz (espécie de ratinho silvestre da região atingida) estava passando por uma evolução extremamente rápida. Segundo o cientista, o índice de evolução em algumas espécies animais desde o acidente era maior do que o ocorrido normalmente em 10 milhões de anos.
Exames demonstraram que os ratos de Chernobyl apresentavam várias rupturas em seus fios de DNA. Segundo o Dr. Baker, o organismo do animal estava tentando reconstruir o DNA, mas essa restauração imprecisa pode provocar mutação dos genes, que são transmitidos às novas gerações de células. Algumas mutações tornam a divisão celular descontrolada e o resultado é o câncer. Já as mutações ocorridas nas células dos óvulos e dos espermatozóides podem ser repassadas aos descendentes dos animais; em alguns casos os resultados são defeitos congênitos que podem apressar a morte dos descendentes.
De acordo com o geneticista ucraniano Vyacheslav Konovalov, em algumas regiões próximas a Chernobyl até 80% de todos os animais nascem monstros mutantes, como potros de oito patas e bezerros com duas cabeças.
Todos esses efeitos danosos é o que a ciência conseguiu descobrir até agora, após o acidente de Chernobyl. Pode-se apenas especular o que adviria de um acidente nuclear ainda mais grave, ou das explosões de algumas bombas de hidrogênio na atmosfera.
Ainda em julho de 1995, um relatório da CIA americana mostrou que em dez reatores ativos na Eslováquia, Lituânia, Rússia, Bulgária e Ucrânia, havia "grande probabilidade de ocorrer desastres nas dimensões do de Chernobyl". Na própria usina de Chernobyl foram detectadas 260 fissuras no sistema de resfriamento de um dos reatores em outubro de 1997; um porta-voz disse que "as rachaduras foram descobertas a tempo de evitar vazamento de radioatividade." A OMS estima em 200 milhões de dólares o total de recursos necessários para se continuar investigando as conseqüências do acidente nuclear de Chernobyl nos próximos 15 anos…
Enquanto médicos e cientistas vão descobrindo mais efeitos danosos de Chernobyl, outros acidentes nucleares, de "menor monta", continuam a ocorrer em todo o planeta, ao mesmo tempo em que vêm à tona agora também notícias de acidentes até então desconhecidos.
Em abril de 1995, uma usina nuclear perto de Bombaim (Índia) deixou vazar água radioativa. A notícia do acidente só foi divulgada em julho. Em outubro daquele ano,  um jornal de Tóquio divulgou a notícia de um acidente com um submarino nuclear chinês, que afundara em 1983 próximo de Vladivostok, na Rússia; o acidente causou a contaminação da região e foi mantido como segredo militar pela ex-União Soviética e pelo atual comando da frota russa. Em dezembro de 1995, no Japão, vazaram cerca de duas toneladas de sódio líquido do sistema de refrigeração do "super reator nuclear" da usina de Monju. Os especialistas haviam escolhido esse tipo de reator porque o uso de sódio no lugar de água para refrigeração tornava mínimo o risco de vazamentos, por diminuir os fatores de corrosão… Também em dezembro, cientistas japoneses descobriram, na neve da Antártida, uma concentração de radioatividade 500 vezes superior à normal, à qual atribuíram os testes nucleares americanos realizados na atmosfera em 1963; segundo esses cientistas, "ficou comprovado que as provas nucleares afetam qualquer parte do globo, independentemente de onde tenham sido realizadas."

A Mundializaçao do Capitalismo e a Geopolitica Mundial do fim do século XX

No final da década de 1980, com a derrocada do pólo socialista do mundo bipolar que vigorava durante a fase da Guerra Fria, a principal característica do mundo passou a ser a mundialização do capitalismo. Consolidaram-se os oligopólios internacionais por meio das multinacionais, favorecidas por 3 processos inter-relacionados: necessidade de movimentos internacionais de capitais, produção capitalista internacional e existência de ações de governos em nível internacional.

Os fluxos internacionais de capitais privados passaram a crescer mais que o fluxo de investimentos diretos feitos pelas multinacionais, fortalecendo o mercado financeiro. Assim, o capital nacional se aliou ao capital estrangeiro. A produção capitalista passou a ser necessariamente internacional para garantir competitividade, assim, a maior parte da força de trabalho empregada pelas multinacionais está fora do país em que se encontra sua sede corporativa. As ações internacionais do governo se fizeram sentir tanto na intervenção do Estado na economia como na definição de projetos de cooperação internacional. Organizações governamentais internacionais e organismos supranacionais passaram cada vez mais a fazer parte dessa nova fase do capitalismo mundializado. A unificação do capital financeiro internacional com a força de trabalho mundial reduz a independência dos Estados nacionais e exige a formação de instituições supranacionais para coordenar a interdependência crescente.

A mundialização do capitalismo é muito mais que a internacionalização ou a multinacionalização da economia. A internacionalização é a integração entre diversos países dos fluxos de conhecimentos técnicos, matérias-primas, bens intermediários, produtos e serviços finais. A multinacionalização é a transformação das empresas nacionais em multinacionais por meio da expansão delas para outros países. A mundialização do capitalismo, contudo, é fenomeno novo na economia. Para Ricardo Petrella é o conjunto de processos que possibilitam produzir, distribuir e consumir bens e serviços em escala global. Assim, internacionalização, multinacionalização e mundialização são fenômenos integralmente interconectados. São expressões do processo de transformação do capitalismo industrial e financeiro centrado principalmente nas economias nacionais para um capitalismo centrado na economia mundial.

Esses processos criam novas bases para as relações entre Estado e empresas. Estados permitem que as empresas se auto-regulem na economia mundial. Por sua vez as multinacionais precisam da legitimidade dos Estados locais para garantir a ordem interna, regular a economia nacional, implementar políticas sociais. Consolida-se, assim, a mundialização do capitalismo por meio da unidade (contraditória) das empresas multinacionais e das classes sociais nacionais. O capitalismo uniu dialeticamente o mercado dos países altamente industrializados com todos os demais de média ou pequena presença industrial. Portanto, o capitalismo não está centrado somente nos países ricos; o centro do capitalismo está em todos os lugares do mundo onde as empresas multinacionais estão. Essa é a nova ordem internacional criada pelo capitalismo monopolista.

Com essa nova ordem surge também uma nova divisão internacional do trabalho. Para Alain Lipietz, há 3 tipos de concentração de força de trabalho: engenharia e tecnologias avançadas; atividades produtivas padronizadas, com produção qualificada; e atividades de execução e montagem desqualificadas. Essa ordem se reflete em 3 níveis de países: os altamente industrializados, os de industrialização parcial e tardia e os que adotaram a chamada economia de enclave, ou zonas francas.

Nesse ponto do texto, Ariovaldo de Oliveira detalha um pouco mais a situação atual das multinacionais, das instituições financeiras mundiais e a formação de blocos econômicos. Depois passa a analisar as transformações do leste europeu.

As origens históricas das transformações ocorridas no final da década de 1980 no leste europeu são a implantação do socialismo e a guerra fria. No início da década de 1920, quando a tese da revolução proletária internacional foi substituída pela tese do socialismo em um país só, depois da morte de Lênin e da expulsão de Trótski, Stálin começou uma devassa de opositores por meio do “processo de Moscou” que culminou no assassinato da maioria dos opositores. A política repressiva contra qualquer movimento de oposição chegou a ponto de implementar à força a coletivização no campo, mediante massacre camponês no início dos anos 1930